Ensaio sobre a depressão
Você pode saber exatamente o que é uma amputação, mas dificilmente saberá, de fato, o que é ser um amputado, ao menos que você seja privado de um dos seus preciosos membros.
É exatamente assim que o depressivo se sente. Privado da auto estima, castrado, cativo, em um paradoxo terrível entre amar-se ao ponto de não suportar todo aquele pesado processo depressivo, odiando-se por não conseguir reunir a força necessária para reagir.
O depressivo encontrará vários espectadores de sua angústia: alguns serão meros espectadores de sua angústia; alguns serão meros figurantes, os quais serão prestativos no início, ajudando no processo terapêutico de colocar para fora os traumas e angustias, porém, chegará a hora em que eles transbordarão de tanta lamuria e simplesmente seguirão com suas próprias vidas. Outros tornar-se-ão coadjuvantes, fortes conselheiros, aqueles que não fazem questão de julgar, de chamar de fraco: eles simplesmente o escutam e o deixam vazar toda aquela mágoa. Eles não o condenarão, distorcendo o credo, nem farão como os amigos de Jó, personagem bíblico que teve sua vida destruída e restaurada, compondo uma metáfora muito interessante, porém angustiante.
Eu sei exatamente o que é a depressão, pois ela tem sido o meu travesseiro nos últimos onze anos. Conheço todos os estágios: da negação à aceitação. Sei o que é não enxergar uma perspectiva otimista sobre qualquer coisa, querer descansar, dormir, morrer.
Conheço os lampejos reativos, a empolgação e esperança por conta de uma nova droga que propõe equilibrar minhas taxas hormonais e neuro-inibidores. Conheço a procrastinação como poucos e digo: apegue-se às pessoas. Essas irão contribuir até mesmo com o silêncio, pois saber escutar aquele que anseia por falar é algo difícil de se dominar.
Aprenda a eliminar os gatilhos depressivos. Afaste-se das situações que ativam os gatilhos, que te levam a vivenciar os teus traumas. Exemplo: se o sofrimento do outro te causa angústia, tente focar em coisas boas, leituras, arte, atividades sociais, que te ajudarão a enxergar o único lado bom do sofrimento: o amor.
Esse é apenas um ensaio sobre minha vida.
Sou um herói de guerra. Um daqueles que retornam sem reconhecimento, sem medalhas, mas que sempre irão viver suas lembranças como uma entidade viva, única, que ensina, a cada dia, a cada vislumbre.
É exatamente assim que o depressivo se sente. Privado da auto estima, castrado, cativo, em um paradoxo terrível entre amar-se ao ponto de não suportar todo aquele pesado processo depressivo, odiando-se por não conseguir reunir a força necessária para reagir.
O depressivo encontrará vários espectadores de sua angústia: alguns serão meros espectadores de sua angústia; alguns serão meros figurantes, os quais serão prestativos no início, ajudando no processo terapêutico de colocar para fora os traumas e angustias, porém, chegará a hora em que eles transbordarão de tanta lamuria e simplesmente seguirão com suas próprias vidas. Outros tornar-se-ão coadjuvantes, fortes conselheiros, aqueles que não fazem questão de julgar, de chamar de fraco: eles simplesmente o escutam e o deixam vazar toda aquela mágoa. Eles não o condenarão, distorcendo o credo, nem farão como os amigos de Jó, personagem bíblico que teve sua vida destruída e restaurada, compondo uma metáfora muito interessante, porém angustiante.
Eu sei exatamente o que é a depressão, pois ela tem sido o meu travesseiro nos últimos onze anos. Conheço todos os estágios: da negação à aceitação. Sei o que é não enxergar uma perspectiva otimista sobre qualquer coisa, querer descansar, dormir, morrer.
Conheço os lampejos reativos, a empolgação e esperança por conta de uma nova droga que propõe equilibrar minhas taxas hormonais e neuro-inibidores. Conheço a procrastinação como poucos e digo: apegue-se às pessoas. Essas irão contribuir até mesmo com o silêncio, pois saber escutar aquele que anseia por falar é algo difícil de se dominar.
Aprenda a eliminar os gatilhos depressivos. Afaste-se das situações que ativam os gatilhos, que te levam a vivenciar os teus traumas. Exemplo: se o sofrimento do outro te causa angústia, tente focar em coisas boas, leituras, arte, atividades sociais, que te ajudarão a enxergar o único lado bom do sofrimento: o amor.
Esse é apenas um ensaio sobre minha vida.
Sou um herói de guerra. Um daqueles que retornam sem reconhecimento, sem medalhas, mas que sempre irão viver suas lembranças como uma entidade viva, única, que ensina, a cada dia, a cada vislumbre.
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