Distanciamento

Me pergunto o quanto estamos distantes dos costumes
Como sinto falta das brincadeiras de criança
Brincadeiras que os nossos pais brincaram
Mas que os nossos filhos, dificilmente brincarão.

Como temos nos distanciado da tradição
Como temos deixado que a núvem da novidade
Como uma enorme tempestade
Tome conta da nossa vida.

Hoje, as relações pessoais são cada vez menores
As paqueras, as cantadas, têm rostinhos amarelos
Os namoros são através de lentes
A liberdade de dizer 'eu te amo', de sentir o frio na barriga
Deu lugar à expectativa do voyerismo.

Onde pararemos e como será a próxima sociedade?
Me sinto um velho aos trinta.

Comentários

Unknown disse…
Olá, Junior. Eu estou estupefata com o seu talento, a forma como, de maneira clara e objetiva expões suas ideias e a forma de ver o mundo e as coisas. Tenho muitos amigos poetas e escritores. Vou começar a passar adiante seu talento, suas criações. Não sabia que tinha um amigo sensível a visão do mundo! Que bom isto, ver o mundo com lentes microscópicas. Vou ler com calma todos os seus textos. Dei uma olhada, por cima, meu caro, e eu aprovei sim, literalmente, porque escreves com o coração, e falas com os olhos da verdade. Um grande abraço.
Mariane Mara disse…
Júnior, passei um tempo sem vir por aqui devido o trabalho, e como perdi, hein? Sua visão do mundo, meu amigo, cada vez melhor. Parabéns.

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