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Apenas um hóspede

Escravos de várias possibilidades do que chamamos realidade. Viajantes entre às linhas temporais. Desconexos do príncipio e do amor divino. Onde estamos? Onde iremos chegar? O que existe além do que nossos sentidos percebem? O que existe além da minha imaginação? Você!

O pulsar do tempo e o contraste da vida

Sinto a pulsação do teu peito e as batidas me fazem bailar em pensamentos pouco explorados até agora. O desejo invade a minha mente, de uma forma que pouquíssimas vezes já experimentei.  Sinto-me como um adolescente que descobre as virtudes de uma mulher, como alguém que, em meio ao frio, deseja, como se sua vida disso dependesse, ver o teu corpo e aquecer-se junto a ti, sentindo teu cheiro e ouvindo a tua doce voz ao meu ouvido.  Meus instintos mais primitivos e puros afloram, rompem em explosões, como enormes labaredas que enegrecem os céus, assim eles se mostram a quem quiser ver. Assim estou e não nego nada que eu possa sentir. Não nego nada que eu possa fazer. Meu coração está fechado, ninguém entra a partir de agora, seja amigo ou não. Duro isso? Talvez, mas quem está dentro não pode escapar a não ser que assim queira.

Tributo ao auto-conhecimento

Procuro a sanidade em meio ao caos da minha mente Procuro sua mão quando as luzes se vão Procuro ainda ver a beleza e o teu brilho De perto contemplar Aquilo pelo qual estou a chorar Como um menino desolado Como um louco que finalmente Em meio à loucura costumeira Por algum momento recupera a sanidade Incompleto tendo tudo Insensato contado entre os sábios Um dos seres mais autênticos segundo vários Cheio de dor, de complexos De desejos, de angústias Bom seria que o mundo me deixasse partir Que as regras fossem todas partidas Que a fúria com a qual escrevo Mudasse o mundo no qual vivo Continuo sem regras ao escrever Continuo sendo o mar revolto de sentimentos Gostaria de estar só em meio à tempestade Gostaria da ignorância Provar o vinho da irresponsabilidade Esses são conceitos pesados De uma mente que dizem ser sábia De um ser construído em meio ao sofrimento E, ao que parece, continuará sofrendo Porque essa é a minha motivação Porque essa tem sido

Lâmina cega

A luz está acabando! Oceanos secariam ao meu redor caso não tivesse trilhado a dor da superação Sendo mais alma do que corpo, vou andando pelos ermos Percebendo com os abstratos dedos da minh'alma Os caminhos não tão limpos Cujo a dor e o sofrimento muito me fazem chorar Sigo errante pelo mundo Retraído em meus eus Sofrendo, chorando Como serei ouvido se não mais tenho boca? Como encontrarei o caminho cujo a luz agora apagou-se? Como ouvirei o doce som de tua voz, se meu corpo cansou da existência? Sigo errante pelo mundo A existência me ensinou muito sobre tudo Mas o tempo ao fim chegou As cortinas finalmente baixaram Meu show chega ao fim O que levo disso tudo São doces lembranças do teu olhar Olhos lindos como espelhos para tua alma Cujo a essência da tu'alma consegui ver Mesmo com a luz quase apagando Meus dias foram poucos Valorosos eles foram Conheci você Desejei você Ainda desejo Mesmo com a luz quase apagando Os meus olhos são como lâmi

Sentimentos

Como um mar, enorme e intenso são os meus sentimentos Inconstantes, densos, aterrorizantes Ao passo que cresce em volume, decresce em beleza Gostaria que tudo fosse mais simples Que o meu descanso não tardasse Pois minha dor cresce a cada dia O peso dos meus poucos dias Crescem em minhas costas Ando curvado pela dor A beleza e esplendor de outrora Não passam de sulcos, profundos em minha face Os meus dias não são fáceis Mas neles mesmos encontrei o meu refúgio Alguém que sempre me estende a mão Cujo o amor, imaculado e incalculável me é dedicado E por esse amor apenas luto Na esperança da minha espera, apesar de ansiar por ela Seja agradável e que possamos construir algo juntos Se as palavras perder-se-ão no tempo Isso eu não me atrevo a dizer Mas digo algo, com vigor no coração Forjado em meio ao fogo eu fui E não conheço a vergonha da derrota E não será agora que a fadiga e cansaço Que o mundo tenta me impor Que fará com que a minha língua canse E que os

Perfil

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Letras, traços e rabiscos, nunca finalizados. Emoções explodindo a todo instante... instabilidade de sentimentos, amando intensamente. Esse sou eu! Como todo ser, diferente das rochas, mas bem próximo à prima criação, estamos aqui, passando um tempo, ganhado espaço, amando, envolvendo-se, compartilhando algo, tão abstrato como o tempo, cujo o Arquiteto encontra-se à margem, observando, hora interferindo... essa é nossa vida e no final, o que sobrará serão as nossas contribuições, lembradas por quem te amou de alguma forma. Esforce-se, contribua com o conhecimento. Trate bem e seja sábio, pois o tempo nada é comparado com o todo. Essa é a nossa vida, uma dádiva de alguém desacreditado pela massa, alguém além dos nosso entendimento, caricaturado antropomorficamente, desvirtuado por organizações sedentas de reforma... Ele ainda se importa, continua falando e levantando seus confiáveis. Não importa o quanto você tente... no final, somos tão minúsculos e tão maravilhosos que s

O fim....

Saudações! Se você esta lendo isso, ou você é um dos doze, ou você é um dos 20% dos que viviam acima das terras. Meu nome? Realmente não é importante tendo em vista que todos aqueles os quais dediquei alguma fatia de meus sentimentos ou estão mortos ou adotaram a mesma tática que eu: fuga. Para fins de registro histórico ou qualquer outro fim essa carta está sendo escrita em 2015, à 15 de outubro, conhecido como o décimo mês após a catástrofe. Muito se especulava sobre o ano do fim. Uns falavam sobre o alinhamento de vários astros celestes que, de alguma forma, iriam alinhar-se de forma que todo o campo gravitacional sofreria variações ao ponto de mudar, de forma drástica, a configuração do planeta em que vivo. Ondas enormes varreriam enormes faixas urbanas da vista da humanidade ao passo que as zonas limitadas pelos trópicos entrariam em colapso e a fauna e flora finalmente não entrariam em acordo. As migrações dos animais seria como nunca vista antes. As florestas custariam a adap

Pecado

Dizem que o pecado é gostoso, causa um prazer pelo simples fato de ser proibido. Causa a culpa, leva ao arrependimento, provoca uma cadeia de reações multilineares originadas em um único ponto de total descontrole. Mas é inevitável deixar de reparar uma beleza tão exótica, simples, total representação do que pode levar o juízo ao seu limiar, onde, certamente, qualquer vestígio de sanidade ganharia a rua e os instintos mais primitivos afloraria em uma avalanche de desejos, pelo simples contemplar de tua nudez. Seus lábios, de um aveludado suavemente temperado de malícia, são capazes de adormecer, embreagar como o mais nobre e velho dos frutos da vinheira, cuja apreciação inicia-se no olhar, depois no sentir, depois no tragar. Suas curvas são o ponto máximo do desvaneio, o real encontro com os meus instintos, mesmo os mais reprimidos, cujo os graves gritos de liberdade cativos em meu peito em total desordem, clamando por deleitar-se nas virtudes do teu ser. Doce sonho descobrir a tua

Olá e vamos lá!

Seria algo parecido com uma porta escancarada de um daqueles bares, sujos, cujo a atmosfera fétida assustaria a um gambá. Poderia também ser comparado à formação de uma onda em um calmo mar. Você pode entender o porquê? Acompanhe o raciocínio: em um mar agitado todos os sons são indistintos e dissonantes, não existe uma harmonia capaz de gerar uma melodia e, se assim acontecer, não consegue persistir ao ponto de crescer em uma sinfonia, porém, em um mar calmo existe um ritmo que em um movimento síncrono vai crescendo sem que você perceba. Só consegue notar o quanto está envolto pelas águas no momento no qual percebe o crescente murmúrio, uma força descomunal crescente em som e em massa . O ribombar das ideias como a crista de uma onda no ápice de sua formação corta, devasta, castra, tritura aos poucos sem que algo possa resistir ao seu ir e vir. Pretensioso? Talvez! Mas em nada me desvio da verdade nessa descrição. Os meus olhos são como janelas para a minh'alma, onde a simples o

Existo

- Noto a forma como me olha, Drª Muriel. Noto o total desprezo no qual os seus olhos estão totalmente mergulhados ao analisar a minha inexistência. Sim, eu sei que sou complexo o bastante para travar sua mente, o que é perfeitamente compreensível, pelo menos para mim. Há muito me afastei do que me tornava humano, por assim dizer. Mas pensando melhor, creio que aquilo que me ligava à humanidade resolveu me abandonar. Não adianta tentar esconder o espanto, Drª, sei que não sou algo que você está acostumada a registrar em seus relatórios. Não precisa temer. Você está completamente segura, não por causa do invólucro no qual estou contido, mas por que não tenho interesse em poupá-la dessa vida patética que vocês, humanos, levam; acordando sempre na mesma faixa de horário, mantendo uma rotina doentia com a simples e única justificativa de receber uma quantia qualquer para poder pagar por aquilo de que não precisam realmente. - Drª Muriel, sabia que nem sempre fui assim? - Conte-me, senhor.

Breve análise

Dizem que toda matéria foi formada de um único ponto super-concentrado, de forma que em algum momento esse ponto não pôde mais conter-se e explodiu em um movimento caótico gerando nuvens e mais nuvens de partículas em suspensão. Essas partículas começaram a conhecer os efeitos das leis da natureza, até então inexistentes, e começaram a atrairem-se mutuamente. Então um balé gracioso de matéria varreu os céus e as enormes faixas da ausencia de algo. Mas esse não é o ponto. Não sou astro-físico, sou um livre-pensador e nada mais que isso. Mas dizem também que a menor porção de matéria consegue guardar as características da criação, tendo uma unidade com o todo. Dessa forma, levante os teus olhos para os céus e veja o quão grande é. Isso é apenas a mínima porção, insignificante do todo, e ainda assim, a menor das porções de matéria tem todas as características do todo. Douglas Adams em sua obra maior, O Mochileiro das Galáxias, citou tal pensamento da seguinte forma: É possível extrapola

Sim, poderia

Tocar toda a extensão do teu corpo Sentir o gosto do mel de seus lábios Sedento por desvendar todos os seus desejos Em fazer desabrochar essa rosa, selvagem Doce desejo em despudorar-te por inteiro Em mostrar-te que o corpo anseia por algo mais Em mostrar-te além do que imagina haver Eu poderia te mostrar as estrejas, o céu Sim, poderia Percorreria todo o teu corpo com os meus lábios Te olharia nos olhos, te consumiria por inteiro Exploraria todas as tuas taras Até mesmo as que você nem imagina ter Percorreria teu corpo com as pontas dos meus dedos Sentiria a textura da tua pele Olhando nos teus olhos, acariciaria-te por inteiro Sussuraria no teu ouvido coisas que nem imagina gostar Sim, poderia Te mostraria o que é o desejo Ao ponto de implorar que pare Quando a única coisa que deseja é chegar ao final Sim, poderia Misturar nossos corpos Formando um emaranhado de desejo Quebrando todos os teus medos, traumas Noção de tempo ou pudor Sim, poderia

Morte e Vida

Todas as noites eu sinto nojo do meu corpo. Fingir que gosto, que amo, que me agrada ser vulgarizada, sodomizada, usada para dar aos frustrados que me procuram o que eles conseguem conquistar em casa. Um cliente me chama neste exato momento. O meu cafetão me diz que devo me aprontar. “Esse é especial” disse ele. Ele chegou! O cliente. Dá nojo a cara do cafajeste de quase um metro e oitenta de altura. Nem a aliança ele tirou. Sem delicadeza alguma, apenas munido de um sorriso cínico ele arranca a minha roupa e me atira na cama, jogando todo o peso do seu corpo em cima do meu. O canalha fede a cigarro e a álcool. Sinto dores, terríveis. Ele nem ao menos esperou eu estar pronta. Fui violentada mais uma vez! Ele passa ali o tempo que necessita, me xingando, batendo, mordendo e com um urro cai, cambaleando exausto para o lado. Sinto muita dor, apenas dor. O nojento sai com o mesmo sorriso, amarelo, incompleto, sujo, que chegou e sem que dê tempo de me recompor, o meu cafetão vem recebe

Mais um capítulo da minha árdua vida....

É completa a desilusão Total escuridão Na qual anda o meu coração O caminho árduo do pecado Traz-me cicatrizes fundas Ao ponto de todas as noites Sentir-me desprotegido, no escuro Tentando sentir o afago De alguém que há muito afastei Por conta dos meus atos Onde posso me encontrar? Onde posso me curar? Dos atos que tornam a deformar-me Mutilando minha natureza Sangrando até mesmo a minh’alma Cujo sangue imaginário Jorra em rios de desilusões e angústias Encontrando o oceano de decepções Onde minha consciência repousa Esperando pelo inicio do eterno Cujo ardor me aguarda Não vejo mudanças Minha vida tem sido a constante Nada novo tudo velho Somente as lágrimas se renovam Dia-a-dia nas mesmas porções De desprezo por mim mesmo A negação do inegável O afastamento do inseparável Assim os meus dias têm passado E eu somente posso observar Da grande janela de fingimentos Cuja minha vida é moldura Não me restam forças para lutar A inércia dos meus atos é d

De mim, para mim mesmo.

Como adoraria te olhar nos olhos e dizer o quanto és bela! Vejo os teus olhos, de um brilho irrefutável, invariavelmente belo e ludíbrico e embriagante, ao ponto de me perder ao observar-te, nas mais singelas das atividades. Tua delicadeza, suave como a brisa, singela como o toque da marola do mais límpido dos mares, mas não tão leve ao ponto de não ser percebido. Capaz de despertar em meu espírito o mais primitivo dos instintos, onde tudo e nada simplesmente se tornam um, ao ponto de somente desejar sentir a textura da tua pele. Perco a compostura por uns momentos! Paro, respiro fundo e torno a racionalidade. Porem não conseguiria me ater em dizer quão linda és e o quão maravilhosa deve ser a experiência de tocar-te, sem censura, sem escrúpulos, sem limites. Dedicaria-me unicamente em explorar os teus pontos, o teu corpo e os teus gostos. Como a escrita me fascina ao ponto de poder me abstrair as paixões de outros como se fossem minhas. Faço completo uso da prosa, dos versos para

Como te disse, quente!

Sinto algo dentro de mim! Há algum tempo percebi que algo diferente cresce e que, de forma alguma, poderei fugir disso. Sempre fui alheio ao mundo e aos seus atrativos, mas poderia traçar uma linha muito tênue entre as coisas que me agradam, mas hoje vejo de outra forma: uma angústia cada vez maior, um grito que rasga o meu peito em um desejo desesperado de gritar por socorro e aguardar, assim como uma criança em uma noite repleta de trovões e raios aguarda ansiosamente pelo acolhimento dos braços da mãe, assim anseio por algo que antes me era impossível. O meu choro, as minhas lágrimas, os meus erros, a minha angústia, tudo isso foi entregue ao fogo consumidor que purifica tudo em mim e hoje sei: algo realmente vive em mim e disso não fugirei. Estou aqui! (como te disse, quente!)

Meu ópio é a minha vida e a minha vida é o meu ópio.

Hoje acordei e senti muito medo. Já acordei em total estado de alerta, com medo de que algo, realmente grande, acontecesse. Demorei até que consegui me levantar e ir ao espelho olhar para mim. Senti um frio tão gélido que, não duvido, até a minha alma deve ter mudado seu estado natural por conta disso, ao ponto de ser tangível. Tomei um banho e tentei comer algo. De tão tenso quase não consegui sentir o gosto do alimento. Coloquei uma roupa, confesso, não liguei muito se a calça combinava com a camisa ou se as meias combinavam com os sapatos. Enfrentei a dura espera de ir trabalhar. Cheguei lá em meu universo todo meu, onde eu posso ser o que eu queira ser. Coloquei em meu ‘nick-name’ uma combinação de caracteres e uma falsa frase que tenta passar personalidade, mesmo que essa não seja minha. Respondi meus pseudo-amigos, li o que eles, em seu precioso e curto tempo de vida, coletaram e me enviaram. Li algumas coisas e tentei produzir algo em quatro horas para que sobrem outras quatro h

Eu Sou

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Minha voz ecôa pelos quatro ventos Sinto frio de um deserto gélido Não vejo nada Mesmo sob o sol apontando o zênite Minha voz rasga o meu peito Mas nenhum som é notado Nada há à minha volta Nada há em minha vida Que me faça parar para pensar Se em algum momento isso passará É assim que tenho vivido! Sofrendo com os meus vários surtos de solidão Me perguntando onde, como alcanço a Graça Que escuto tantos sábios guerreiros Proclamarem que é liberada sob as Tuas mãos Onde encontro o teu agrado? Onde encontro os teus braços? Onde? Se a única luz que vejo é escura como o nada! Onde escuto a tua voz? Onde sinto o teu calor? Não ha nada nesse mundo que lembre o amor.... Meu filho, onde estavas quando Eu te gerei? Onde estavas quando, á punho, escrevi a tuas linhas? Tua grandeza nada é perto do meu nada Teu clamor é como brasa acendendo o meu amor por ti Eis que em fogo te forjei Mas não como a prata Te forjei na fornalha da aflição Para a minha glória, somente p

Lucidez

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Me pego em um sonho Tudo era tão lindo, tão azul Tudo era paz, amor As pessoas não viviam em brigas Muito menos em seus mundos fechados Egocêntricos dotados da mais alta arrogância Me pego em um sonho E nele eu posso voar A sensação é boa Nunca havia sentido os ventos Não daquela forma Desfrutei cada raio de sol ou brisa Vivi intensamente aqueles momentos Eu tinha asas Me pego em um sonho E lá estão os meus filhos Me pego em um sonho E lá você está linda Exatamente da mesma forma Que você sempre foi Me pego em um sonho E somos uma família Eu, você e os meninos Me pego em um sonho Somos seres lindos e alados Lindos... Me pego em um sonho Meu medo já não existe Me pego em um sonho Já acordando vejo Há cicatrizes em meu dorso Às lágrimas lamento a sensatez Não foi um sonho A viagem acabou Chorei como nunca Presenciei sua vida Mesmo tendo passado tanto tempo Desde o dia em que você me deixou Gostaria muito de poder te ver A você, aos meus filhos A no

Caminhada junto ao mar

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Ando tão só ultimamente Ando tão triste, tão frio Ando pensando sobre tudo Vendo que já não sou apenas um Sou vários Vejo que já não tenho futuro O passado já passou E eu continuo vivendo tudo Como se tudo fosse nada Sei quem mente e ilude E sei que olhos me visam Sei a verdadeira mentira Sei que acho que não sei Ando só no caminho largo Onde as mentiras se materializam Onde o medo toma forma Ando muito à vontade Sei que fui enganado Durante muito tempo Vivi de mentiras mil Fui cotado como mentiroso Mas para mim pouco importa O passado, como disse, já passou Mesmo assim eu continuo Procurando um lugar para os meus eus Olhos me cercam Me olham Sinto medo Sinto prazer Sou um tolo sensível Vivendo entre os cruéis desta época Um rato ante um gato Medo Os ventos sopram A vida sempre continua Mas disso tudo nada importa Somente eu e, quem sabe, você

Regras

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meu olhar foge em direção ao horizonte tênue linha divisora da genialidade e loucura como faço para registrar seguindo as métricas? regras hipócritas e fúteis de valores estéticos assim vou escrevendo sem regras ou ritmo hora agressivo, hora verdadeiro amante das linhas assim vou vivendo sem me prostituir com a moda sem ser um escravo consumista modista enfático do mais puro enlatado essa é a minha vida as cortinas estão sempre abertas mais uma vez podemos conferir o que podemos construir com as letras o simples levar da sedução letras guiadas por caminhos perigosos audaciosos sentimentos sendo sondados em direção ao seu doce coração essa é a minha vida sem regras ou métricas sem futilidades passageiras mas com estilo e pureza assim vou vivendo em uma estrada encantada mas em um mundo real que por mais absurdo que seja é sim, totalmente real assim vou remando em um riacho profundo sem definição de vento vivendo os meus sentimentos assim vou corre

Doce dama, mas não tão, quando se quer

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O quanto posso me deleitar nas tuas suaves curvas És uma dama, insaciável Podes ser extremamente singela Ao passo que podes assumir postura agressiva Ao ponto de devastar qualquer matéria Seja sonho, seja real Não importa a composição É da tua natureza ser indecifrável Não precisas ser demasiadamente veloz em seus movimentos Os teus ciclos são os mais perfeitos Teu doce balancear Tua voz, tua pulsação Encanta, faz dormir Mas, também, arrasa, destrói É da tua natureza ser incontrolável Não precisas ser demasiadamente educada Teus impulsos são o que mais me seduz São teus pulos, pulsos Teu coração desordenado Teus braços pendentes Teu fôlego golpeando meu juízo Repito, insisto, não sejas demasiadamente educada Podes ser vulgar, como os eruditos chamam Podes ser suave, primitiva Ao ponto de despertar as mais escondidas das emoções Podes ser milimetricamente marcada, trabalhada, mas não precisa Como podes ser totalmente espontânea, como um grito Explodindo em

Os velhos lírios dos campos estão morrendo

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As pétalas caem, as folhas murcham. Perdem o seu brilho e se põem à vontade do tempo, para que simplesmente encerrem a dura missão de, com a cor da pureza, decorar os campos já prontos para a colheita. São representantes da perfeição divina; são o desenho íntimo de um artista sem traumas. São esses lírios, dedicados uns aos outros,  os maiores representantes da perfeita vestimenta natural, onde, nem mesmo o mais agraciado dos filhos de mulher, em seu maior resplendor, nunca conseguira equiparar-se. Nunca abandonam o seu doce e zeloso destino, esse, de cuidar, de sofrer, de amar desesperadamente a missão de decorar o campo pronto para a colheita. Não! O brilho não acabou. As folhas não estão caindo, tampouco os espinhos sobressaem-se às pétalas. Apenas estão encerrando sua estadia nesse palco inexplicável de um ato passageiro de uma peça, do mais ovacionado dos autores. Estão aposentando, mas não descuidando da missão. Estão dando lugar aos novos botões espalhados nos vastos campos,

Condenação

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Meu corpo está desgastado. Como um arame retorcido pelo trabalho do tempo, corroído pela maresia, ressequido pelo sol. Sem água, sem descanso, como algo deixado para que o tempo o consumisse por completo. Consumido por completo! Assim me sinto hoje. Mas nem sempre fui assim. Houve época, há muito tempo, em que a juventude corria à solta em minhas veias. Onde eu pudera fazer tudo, revolucionar com minhas idéias, aprender com aqueles cuja sabedoria de outrora hoje nem em relatos residem; pudera me sentar quando estivesse cansado (enquanto hoje me canso pelo simples fato de descansar). Que bons tempos aqueles cuja lembrança me vem à mente como imagens refletidas por espelhos em que a prata de tão embaçada, marcada pela ferrugem, mal consegue definir as formas de algo que não voltaria. A simples espera do ‘por vir’ me cansa e consome todo o tempo, que parece se arrastar quando não se pode fazer nada. A maior parte do tempo eu passo deitado, reclinado em uma cadeira, só, sem falar com um